ARTIGOS
Arquitetura Ambiental
A arquitetura tem se preocupado muito pouco em utilizar a iluminação e ventilação natural. As novas problemáticas do século XXI – alterações no clima, escassez de recursos, poluição desenfreada – nos leva a refletir sobre novas formas de construir, mais sustentáveis, produzindo edificações que tragam conforto e, ao mesmo tempo, consumam menos energia.
A utilização de concreto e vidro de forma indiscriminada tem tornado o ambiente interno das edificações verdadeiras estufas e, para resolver o problema do conforto, apela-se para a ventilação mecânica (ar condicionado).
No Brasil, no setor residencial, a energia elétrica dos eletrodomésticos somada à iluminação artificial contribui com 60% do consumo, seguidos pelo aquecimento de água com mais 30% (Ghisi; Gosch; Lamberts, 2007).
É possível reduzir a demanda por energia, utilizando tecnologias mais eficientes e adotando posturas mais adequadas em relação ao clima tropical em que vivemos.
Em edifícios comerciais a utilização sistemas ativos de resfriamento (ar condicionado) é predominante trazendo um enorme consumo de energia elétrica, correspondendo a cerca de 47% da energia consumida seguido da iluminação artificial com 22% (Eletrobrás, 2007).
Além da influência do clima, vários fatores contribuem para o consumo de energia elétrica, entre eles, o projeto arquitetônico.
Muito se pode contribuir para a diminuição no consumo de energia, e para o conforto dos usuários de uma edificação, utilizando-se práticas de projeto que leve em consideração o clima e o entorno imediato do edifício.
É preciso levar a edificação a interagir com o clima e não isolá-lo, aproveitando a ventilação e a luz natural, criando comunicação visual entre exterior e interior, transcendendo os limites de desempenho antes impostos, criando uma arquitetura mais autêntica, integrada com a natureza.
Os usuários dos edifícios devem ser estimulados a interagir com a edificação, decidindo quais são as condições de conforto que lhe proporcionam maior satisfação. Cabe ao projeto arquitetônico permitir essa interação
Nas zonas climáticas do Brasil, o sombreamento adequado é uma das estratégias passivas mais importantes para o bom desempenho ambiental dos edifícios, como estimativas encorajadoras de custo-benefício, com vistas ao potencial de redução da demanda energética para climatização. Por meio do controle de ganhos solares, o ar-condicionado pode ser evitado ou, quando não eliminado completamente, pode ter suas cargas significativamente reduzidas(Gonçalves & Bode, 2015)..
É possível projetar e construir de modo mais econômico, com grande economia de energia e com qualidade de vida, levando a arquitetura para o caminho da sustentabilidade. Analisando o clima tropical do ponto de vista do conforto ambiental e, mais especificamente do conforto térmico.
Segundo Corbella e Yannas (2010) poucos edifícios no Brasil, em particular no Rio de Janeiro, são capazes de prover conforto térmico sem uma forte dependência dos sistemas convencionais de energia.
É preciso um entendimento completo sobre desempenho ambiental para que as estratégias adotadas sejam eficientes, caso contrário podem não somente serem ineficientes como podem causar outros problemas de ordem ambiental.
Além de elementos de climatização natural, como pérgulas e brises, devemos nos preocupar com outros fatores com a orientação solar, o tratamento do espaço externo, a permeabilidade interna dos espaços que são fundamentais na consolidação da melhor ambiência interna.